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domingo, 30 de junho de 2013

"Opte por aquilo que faz o seu coração vibrar..." (Osho)

Já eram quase dois meses. Eu ainda sentia sua falta, mesmo que eu tentasse apagar sua imagem da minha mente. Mas você estava lá, acenando, mais abatido do que de costume. Resolvi atender aos seus chamados.

Como é bom seu abraço. É sempre bom; mesmo que fosse em todos os dias, eu não enjoaria. É como voltar prá casa depois de correr esse mundo de loucuras... É como reencontrar meu centro, reencontrar meu foco. Como tem sido difícil ficar sem ele... E me surpreendi ao nos demorarmos mais que o previsto nos braços um do outro.

Não dá prá voltar atrás numa decisão, ou dá? O coração das pessoas não são áreas de lazer onde podemos entrar e sair a bel-prazer. "Deixa tudo como está", você me dizia. "Eu sempre penso em te ligar, você pensa que eu não penso? Mas não vou fazer isso". Então como eu poderia te ajudar a aliviar um pouco as angústias? Talvez nem assim eu conseguiria ajudá-lo, não é? Até porque tenho que pensar em mim. Mesmo que minha filosofia de vida toda tenha sido me entregar aos outros prá me sentir feliz. Até porque eu já sofri demais me entregando aos outros desse jeito. Até porque eu não sairia satisfeita apenas em te ajudar a desabafar, mas eu ia desejar deitar tua cabeça no meu colo e entrelaçar meus dedos nos seus cabelos enquanto você desabafava. E esse prazer é coisa que você não pode me dar, porque você não quer me fazer sofrer.

Então a cabeça me mandava ir embora, seguir meu caminho, mesmo que você aparentasse querer estender o diálogo. Talvez tocar velhas feridas novamente. Meu coração queria ficar, discutir uma relação inexistente e toda sua complexidade, talvez ouvir mais alguma confissão sua. A cabeça diz "pensa em si", o coração "pensa nele". Por tantos meses fiz o que meu coração quis e não fui feliz! Agora, seguindo a cabeça, também não sou. O que há de errado afinal?

Eu sei o que a sua cabeça diz, pois sua boca está cheia em dizê-lo. Mas seu coração é um baú trancado e enterrado a sete palmos do chão. Você pode deixar escapar pequenas singelezas, mas nada que satisfaça meu coração rasgadamente carente. Tendo eu já ouvido cabeça e coração, talvez seja agora o seu momento de equilibrar também. Abra seu coração: o que ele diz? Você é capaz de me dizê-lo? Ou ao menos tentar?

Talvez, quando você vier a conseguir ao menos tentar ouvir o coração, você tenha algo a me contar. Talvez não. Mas seria válido ao menos tentar. O máximo que vai acontecer é você se equivocar, mas prá isso, meu bem, sempre tem como voltar atrás. Ou não?

Só se sabe quando se tenta.
Então, até um "talvez".

Shalom!





quarta-feira, 26 de junho de 2013

Sim, eu perdôo...

"Ainda é como se fosse nossa primeira noite juntos: parece o primeiro beijo. Lembra da primeira vez que nossos olhos se encontraram? É assim que ainda me sinto, e sinto cada vez mais forte. Quero amá-la para sempre, pois você mantém a chama acesa. Está cada vez melhor, meu amor, e ninguém poderia melhorar o que já era bom. Ainda estou me segurando: você ainda é a pessoa certa.

Então, se você estiver se sentindo sozinha, não se sinta! Você é a única que eu sempre quis!

Só quero continuar assim então, se eu a amo um pouco mais do que deveria, por favor, perdoe-me. Não sei o que fazer. Não consigo parar de amá-la. Não me negue essa dor que estou sentindo. Por favor, perdoe-me se eu preciso de você tanto assim. Por favor, acredite em mim pois cada palavra que eu digo é verdade.

Ainda parece nossos melhores momentos juntos - parece o primeiro toque, nós ficando cada vez mais próximos... Mas não próximos o bastante pois ainda estou me segurando: você ainda é a número um. Lembro-me do cheiro da sua pele, de todos os seus movimentos, lembro-me de tudo. Lembro-me de você, daquela noite... Você sabe que eu ainda me lembro.

A única coisa que eu tenho certeza é a nossa forma de fazer amor! A única coisa da qual dependo é que nós continuemos fortes. E é com cada palavra, cada respiração, que eu estou rezando. É por isso que estou dizendo...

Por favor, perdoe-me por não conseguir deixar de amá-la. Sim, eu não consigo deixar de amá-la..."


domingo, 23 de junho de 2013

Relato sobre a manifestação da última quinta-feira (20/06)

Sim, eu estava na manifestação de hoje. E hoje eu presenciei covardia de todos os lados.

Durante a passeata, infiltrados jogavam bombas contra o carro de som. Pessoas eram agredidas simplesmente por estarem portando bandeira de partidos ou coletivos.

Já na prefeitura eu não acompanhei muita coisa porque decidi procurar os meus colegas da faculdade. Eu já estava meio afastada nessa tarefa, e notei a correria. Calmamente me escondi atrás da escada do metrô. Quando pensei estar a salvo, vejo cair bem à minha frente uma daquelas latas de gás lacrimogênio. Por sorte eu já estava com a bandana posicionada e eu tinha vinagre, senão eu certamente passaria mal. Mas com que necessidade largar uma bomba de gás num grupo que não tava fazendo nada??? Enfim, consegui uma rota de fuga com uma menina com quem fiz amizade lá mesmo, na hora do maior perigo, e fui com ela andando até a Central, prá finalmente ir embora.

Já na Central, onde até tirei foto com PMs, pensei que tudo tinha acabado. Ledo engano. Notei outra correria e busquei me proteger atrás do abrigo do ponto de ônibus. Mas o gás já se espalhava prá todo lado, voltei a botar a bandana no rosto e fui andando pro terminal atrás da Central. Transeuntes que não esperavam que a confusão chegasse até lá passavam mal com o cheiro do gás tóxico - gente que comia um churrasquinho de gato! Nesse caminho, uns 3 ou 4 tentaram depredar as cercas das obras que estão acontecendo ali, e logo todas as outras pessoas mandaram eles pararem. Eu, pensando até em pegar qualquer ônibus que não estivesse muito lotado (a maioria estava), finalmente avistei um que passava na rodoviária, onde eu finalmente consegui pegar outro transporte prá chegar aqui.

Hoje vi covardia de uma polícia despreparada, vi covardia de incitadores de violência, vi covardia de bandidos que se infiltraram no movimento para depredar, agredir e roubar pessoas.

Tirando isso, foi muito bonito passar pelo Campo de Santana e ver todos os cartazes afixados nas grades... Parecia um grande mural de apelos. Uma pena ter sabido depois que atearam fogo aos cartazes...

Esse é meu relato. Um tanto confuso por ainda estar bem agitada com o que vivi e com a apreensão de não saber se meus colegas estavam bem. Agora com a notícia positiva de todos, vou finalmente tentar descansar. Mas é isso.

Shalom!

terça-feira, 18 de junho de 2013

"O maior amor e as coisas que se amam" - Fernando Pessoa

"Não falemos mais. As coisas que se amam, os sentimentos que se afagam guardam-se com a chave d'aquilo a que chamamos 'pudor' no cofre do coração. A eloquência profana-os. A arte, revelando-os, torna-os pequenos e vis. O próprio olhar não os deve revelar. 

Sabeis decerto que o maior amor não é aquele que a palavra suave puramente exprime. Nem é aquele que o olhar diz, nem aquele que a mão comunica tocando levemente n'outra mão. É aquele que quando dois seres estão juntos, não se olhando nem tocando os envolve como uma nuvem, (...). Esse amor não se deve dizer nem revelar. Não se pode falar dele."

terça-feira, 11 de junho de 2013

"Vida"

'''Vai, que se for pra ter paz
Algo bom vai me levar a ti'
Foi o que eu li 
Dos teus lábios meus que fiz meus só por querer demais
E eu que sempre tive mais
Por você, reduzi o cartel
Rasguei o papel
Que a noite e a cidade me fez Professor
Te dou serenidade
Mais que meu simples querer
Eu não sou mais forte do que você
Eu temo te perder sem ao menos te ter

'Vem e tira a minha paz'
Te sonhei cantando pra mim
Fotografei você da maneira que quis em um baile qualquer
E esse sereno que cai
Se juntou com o choro meu
Choro meu que tão teu e das moças que deixei em desalinho
É a mais pura verdade
Que eu não posso negar 
Foi ganhando e perdendo que aprendi a amar
Sentimento tardio 
Logo pode chegar, ou não
Me ajude a ver no que isso vai dar

Quem sabe eu possa ser teu par?
Quem sabe meu peito é teu lugar?

Faz da tua Psicologia
Uma sessão de auto-terapia
Quem vai cuidar de você?
Tão te usando nessa indecência 
Eu sinto falta da tua inocência
Eu sou vida pra você

Te confesso verdades 
Que eu nunca quis contar
Me perdi no caminho 
Fugindo do teu lugar
Hoje eu sigo sozinho e você tem um par
Tá na mão do Destino qual futuro ditar...

Quem vai ser você?
Quem vai ser você pra mim?"

(Autoria desconhecida - encontrado nos Facebooks da vida...)

domingo, 9 de junho de 2013

Aceita um cigarro?...

"Eu que não fumo, queria um cigarro 
Eu que não amo você 
Envelheci dez anos ou mais 
Nesse último mês 
Eu que não bebo, pedi um conhaque 
Pra enfrentar o inverno 
Que entra pela porta 
Que você deixou aberta ao sair. 

Senti saudade, vontade de voltar 
Fazer a coisa certa 
Aqui é o meu lugar 
Mas sabe como é difícil encontrar 
A palavra certa, a hora certa de voltar, 
A porta aberta, a hora certa de chegar... 

Eu que não fumo, queria um cigarro 
Eu que não amo você 
Envelheci dez anos ou mais 
Nesse último mês. 
Eu que não bebo, pedi um conhaque 
Pra enfrentar o inverno 
Que entra pela porta 
Que você deixou aberta ao sair. 

O certo é que eu dancei sem querer dançar 
E agora já nem sei qual é o meu lugar 
Dia e noite sem parar eu procurei sem encontrar 
A palavra certa, a hora certa de voltar, 
A porta aberta, a hora certa de chegar..."


terça-feira, 4 de junho de 2013

"As quadras dele (II)" - Florbela Espanca

"Digo pra mim quando oiço 
O teu lindo riso franco, 
"São seus lábios espalhando, 
As folhas dun lírio branco..." (...)

Meu coração, inundado 
Pela luz do teu olhar, 
Dorme quieto como um lírio, 
Banhado pelo luar. (...)

Eu sei que me tens amor, 
Bem o leio no teu olhar, 
O amor quando é sentido 
Não se pode disfarçar. 

Os olhos são indiscretos; 
Revelam tudo que sentem, 
Podem mentir os teus lábios, 
Os olhos, esses, não mentem. (...)

Não há amor neste mundo 
Como o que eu sinto por ti, 
Que me ofertou a desgraça 
No momento em que te vi. (...)

Enquanto eu longe de ti 
Ando, perdida de zelos, 
Afogam-se outros olhares 
Nas ondas dos teus cabelos. (...)

Quando o teu olhar infindo 
Poisa no meu, quase a medo, 
Temo que alguém adivinhe 
O nosso casto segredo. 

Logo minh'alma descansa; 
Por saber que nunca alguém 
Pode imaginar o fogo 
Que o teu frio olhar contém. 

Quem na vida tem amores 
Não pode viver contente, 
É sempre triste o olhar 
Daquele que muito sente. 

Adivinhar o mistério 
Da tua alma quem me dera! 
Tens nos olhos o outono, 
Nos lábios a primavera... 

Enquanto teus lábios cantam 
Canções feitas de luar, 
Soluça cheio de mágoa 
O teu misterioso olhar... 

Com tanta contradição, 
O que é que a tua alma sente? 
És alegre como a aurora, 
E triste como um poente... 

Desabafa no meu peito 
Essa amargura tão louca, 
Que é tortura nos teus olhos 
E riso na tua boca! (...)

O lindo azul do céu 
E a amargura infinita 
Casaram. Deles nasceu 
A tua boca bendita!"

Florbela Espanca foi uma poetisa nascida em Portugal, no dia 8 de dezembro de 1894. A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotização, feminilidade e panteísmo. (fonte: Wikipedia)

domingo, 2 de junho de 2013

Somatização

Acho que não foi à toa que essa noite sonhei que estava viajando numa nave espacial, a caminho de outro planeta. Talvez seja só meu inconsciente dizendo que realmente preciso ficar "fora do ar" por um tempo.

Está se tornando recorrente essa angústia cujo motivo (ou motivos) eu não conheço. Eu precisaria que a vida parasse só uns dias prá eu poder mergulhar em mim mesma, me compreender, me conhecer, e assim poder botar minha própria vida no lugar... É, mas a vida não para. Nem sequer por um minuto. Preciso de um tempo só pra mim e a vida tá lá, me chamando, o tempo todo. Resultado? O corpo somatizando tudo que eu não consigo elaborar. Dor aqui, dor ali, indisposição, uma leve tontura... Jogo a melancolia prá debaixo do tapete e o resultado é esse. Mas faço o quê???

Não quero mais gritar mentalmente que está tudo bem enquanto o corpo diz que não está. Não quero mais fazer parte desse círculo vicioso. Não quero mais tentar me distrair com as pequenas alegrias que a vida me dá, porque nada mais é do que isso: mera distração. Fico brincando de pique-esconde comigo mesma quando na verdade eu queria me encarar de vez. Sem máscaras, sem filtros, simplesmente olhar prá mim mesma. Aceitar minhas contradições internas, resolver meus próprios impasses. E a partir daí, tomar fôlego pra recomeçar.

Mas se a vida tá lá, sem me dar tempo prá respirar, faço o quê?

Às vezes eu só queria não ser tão intensa... Ou pelo menos não parecer tão sublime.

Shalom!